Desafio

Arouca, município classificado como Geoparque Mundial da Unesco, é um território rico em geodiversidade e biodiversidade. Foi neste contexto que a NBI, juntamente com a 2BForest, apresentou um modelo inovador de apoio à decisão territorial e ao desenvolvimento local, com base na gestão de serviços dos ecossistemas.

Projeto

O objetivo principal do projeto foi a elaboração de um plano de gestão e valoração socioeconómica dos serviços dos ecossistemas e da biodiversidade, de forma a criar opções de diversificação económica, como bancos de créditos de biodiversidade ou pagamento de serviços dos ecossistemas no Município de Arouca.

O projeto contemplou a caraterização e avaliação cartográfica do valor ecológico de todo o concelho de Arouca, com especial foco nas zonas da Rede Natura 2000 do Rio Paiva - onde se encontram os famosos Passadiços - e de parte da Serra da Freita. Numa fase seguinte foi avaliado e projetado o potencial de fornecimento dos serviços dos ecossistemas dos três tipos de serviços (aprovisionamento, regulação e cultural) e também, em concreto o potencial de regulação de: carbono, recursos aquáticos e solo, assim como os serviços de recreação - quatro serviços determinantes no âmbito da gestão florestal sustentável sob a certificação FSC-PRO-30-006-PT. Este mapeamento tornou possível compreender que aspetos da gestão do ecossistema devem ser direcionados à promoção dos serviços em si mesmo - por exemplo o armazenamento de carbono - e que ligações à economia é que existem entre os serviços dos ecossistemas e o bem-estar humano – no caso de um percurso interessante para visitação ou uma planta silvestre com potencial medicinal. 

Áreas de expertise

  • Biodiversidade

  • Gestão florestal

  • Capital natural e serviços dos ecossistemas

  • Bancos de crédito

Resultados

No âmbito deste projeto, a NBI em parceria com a 2BForest e a Associação Florestal Entre Douro e Vouga, alcançaram um marco histórico com a obtenção do primeiro certificado de serviços dos ecossistemas florestais em Portugal reconhecido pela norma internacional FSC-PRO-30-006-PT. Esta certificação vai permitir acelerar o reconhecimento socioeconómico dos serviços dos ecossistemas. Num futuro que já se vislumbra, projetos como este serão colocados no mercado, abertos a investidores que pretendam incentivar a proteção e o restauro de serviços de ecossistema florestais, associando-se assim a práticas sustentáveis ligadas à biodiversidade, ao carbono e ao turismo totalmente alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) e com o Acordo de Paris.